Evangelho da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo
*(Por padre Angelo del Favero - ROMA, domingo, 20 de novembro, 2011 - ZENIT.org)
Ez 34,11-12.15-17: "A ti, meu rebanho, assim diz o Senhor Deus: eis que eu julgarei entre ovelha e ovelha, entre carneiros e bodes”.
Mt 25,31-46: "Quando o Filho do Homem vier na sua glória .. separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estarão na sua direita: “Vinde, benditos de meu Pai, recebei em herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era estrangeiro e me acolhestes, estava nú e me vestistes, enfermo e me visitastes, estava na prisão e viestes encontra-me. Tudo aquilo que vocês fizeram a um só destes meus irmãos mais pequeninos foi a mim que o fizestes".Então dirá também àqueles que estarão na esquerda: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, .. porque tive fome e não me destes de comer, ... não me destes de beber,...não me acolhestes,.. não me vestistes,... não me visitastes. Tudo o que não fizestes a um só destes mais pequenos, não o fizestes a mim”. E irão: estes para o suplício eterno, os justos pelo contrário à vida eterna”.
Só se passaram três semanas desde a festa dos santos e olha eles aqui de novo em ordem de batalha diante dos nossos olhos, à direita do Rei. São todos aqueles que ouvirão, "tudo aquilo que vocês fizeram a um só destes meus irmãos mais pequeninos foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).
Um quadro grandioso e glorioso, do qual o Criador não quer excluir ninguém: esta é a adoção dos filhos de Deus, que na verdade dirão a Deus o que o mesmo Filho declara,
Hoje, no entanto, o quadro também inclui a legião dos "condenados". São aqueles que, chamados a realizar a felicidade da vida no dom sincero de si, vivem (por assim dizer) no contínuo "dano" de si, porque "matam" a própria pessoa não querendo reconhecer nem colocar em prática o mandamento do amor: "tudo o que não fizestes a um destes pequeninos, a mim não o fizestes " (Mt 25,45).
O Evangelho de hoje é uma espécie de imensa "fotografia de grupo" entregue a cada um para que escolha de forma responsável, desde agora, a qual dos dois exércitos do juízo pretende pertencer: aquele dos eternamente vivos à direita do Rei, ou aquele dos mortos para sempre na sua esquerda.
Portanto, não nos iludamos: ser membros das ovelhas abençoadas é um dom relacionado à tarefa diária de fidelidade chamada à resistir “até o sangue, na luta contra o pecado" (Hb 12.4), pela qual temos "só necessidade de perseverança, porque, feita a vontade de Deus, obtenhamos o que foi prometido" (Hb 10,36).
Mas não nos desesperemos: se nos arrependemos no nosso mau cheiro de cabras e começarmos a fazer as obras do amor, o “perfume de Cristo” (2 Cor 2,15), nos encherá por toda a eternidade. E tais obras as podemos fazer realmente porque não nos falta a ajuda determinante da divina Misericórdia, que quer: “que todos os homens se salvem e alcancem e cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (1 Tim 2,4).